O MAEDS NA FESTA DE ARQUEOLOGIA. 2012



A segunda edição da Festa da Arqueologia, um evento de comunicação da actividade arqueológica ao grande público, chega já nos dias 5 e 6 de Maio, no Museu Arqueológico do Carmo.
Neste fim-de-semana, de interactividade para todas as idades, vamos descobrir “As Ciências da Arqueologia” através de actividades, oficinas, exibições e palestras que mostrarão como a ciência arqueológica se processa, e como interage com tantas outras, para produzir conhecimentos sobre o Homem.
No programa desta edição há oficinas de restauro, de tecelagem, de pintura rupestre, de decoração cerâmica, manuseio de réplicas e artefactos, laboratórios de arqueologia, palestras, visitas guiadas a sítios arqueológicos, uma escavação-a-brincar para os mais pequenos, e muitas outras actividades e projectos.
A Festa da Arqueologia é um evento de entrada livre, vocacionado para a divulgação da Arqueologia ao público em geral, e é organizada pela Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Visite-nos das 10h00 às 19h00, dias 5 e 6 de Maio, já no próximo fim-de-semana!


Participação do MAEDS:

ARQUEOLOGIA E PLURIDISCIPLINARIDADE. A EXPERIÊNCIA DO MAEDS

Nota explicativa
A génese do MAEDS no âmbito do novo poder político criado pela Revolução de Abril de 1974, de âmbito local e intermunicipal e aberto à participação democrática e à inovação, explica o lugar central que a investigação deteve desde o primeiro momento no seu programa. Ultrapassando a função de apresentação de espécimes museológicos preexistentes, o MAEDS propunha-se criar as suas próprias colecções e sobretudo produzir conhecimento e património. A partir desta filosofia de intervenção social, em um período em que a investigação se encontrava confinada ao espaço universitário, foram desenvolvidas com sucesso, em ambiente museal, várias linhas de investigação no domínio da Arqueologia, de que destacamos:
·        Preexistências de Setúbal;
·        Processo de neolitização na Costa Sudoeste Portuguesa;
·        Economia do mar. Diacronia e integração social;
·        Processo de calcolitização. Da Estremadura portuguesa ao Sudoeste;
·        Necrópoles de cistas do Bronze do Sudoeste;
·        Estuário do Sado no período orientalizante: feitoria fenícia de Abul e Castelo de Alcácer do Sal;
·        A Costa Sudoeste no Império Romano. Fileira produtiva de salgas de peixe e integração periférica.

Igualmente determinante para uma orientação metodológica (activamente adepta da pluridisciplinaridade) que vertebralizou a prática científica, foi a ligação dos Arqueólogos fundadores do museu – Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares – às ciências naturais.
Sendo o registo arqueológico constituído por materialidades tão distintas como variadas arquitecturas, arte rupestre, diversificados artefactos móveis, ecofactos, depósitos sedimentares de origem antrópica, só através do cruzamento de distintos domínios disciplinares será possível abranger essas realidades, interpretá-las e explicá-las, integrando-as em uma narrativa coerente em termos históricos (a domesticação do tempo!), económicos, sociais e culturais.
Sendo impossível referir no contexto da presente mostra, o manancial de informação produzida, optámos por apresentar alguns flashes de momentos particularmente felizes em que a prática especificamente arqueológica se articulou com a de outros domínios científicos através de um diálogo profícuo e claro, sem dúvida enriquecido por uma multivocalidade em muitos casos vanguardista (importa não esquecer que a ciência é datada como qualquer outra actividade humana).

Exposição
Painéis informativos com algumas das intervenções arqueológicas realizadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, onde se verificou a ocorrência de cruzamento multidisciplinar:
·        Concheiros Neolíticos da Comporta;
·        Fortificação Calcolítica do Monte da Tumba;
·        Estabelecimento fenício de Abul;
·        Necrópole Islâmica da R. Francisco Augusto Flamengo (Setúbal).

Ateliers
·        Observação e classificação de malacofauna;
·        Adornos sobre conchas. Da Pré-história à contemporaneidade;
·        Utilização de conchas na decoração cerâmica.

Ficha Técnica
Coordenação científica: Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva
Arqueologia: Susana Duarte
Conservação e restauro: Paula Palmeira
Artes visuais e animação cultural: Ana Isa Férias
Designer gráfico: Ana Castela
Artista convidada: Andreia Assembleia 

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